Capela de Santo António

Inicialmente, simples ermida, ereta no aprazível lugar do souto, marginal à Estrada Real e a dois passos da Praça das Vendas, a capela de Santo António é, depois da Igreja matriz, o monumento mais rico de significado etnográfico e social. E, embora hoje, quase nada mostre da sua traça original e do típico ambiente tradicional que a envolvia, ela lá se ergue no coração da urbe, meia fuscada pelo monumento aos Mortos da Grande Guerra (onde antes assentava um belo coreto) e pelos modernos complexos instalados em redor. Era, ale, sob a bandeia do Santo de Lisboa e de Pádua, preferido ao próprio S. João, que os oficiais artesãos e mesteirais da área se reuniam em corporação de auxílio mútuo e de solidariedade, a que chamavam confraria e Irmandade de Santo António; era ali, ao fundo daquela capela que se instalava um lavadouro público; ali, à sombra do arvoredo daquele sagrado souto, que os jovens se entretinham a jogar à bola e ao pião; aqueles que vinham em peregrinação ou procissão, ajoelhar aos pés do santo milagreiro, a rogar intercessões para os seus males…


Mas a capela antiga, com data de 1680, foi demolida, pouco depois da emancipação municipal, em 1934. E logo foi encomendada ao arquiteto João de Queirós outra mais elegante e graciosa, com uma torre sineira amaneirada, ao centro, e com um grande nicho, embutido na empena da fachada, do qual ressalta uma grande estátua do Santo Padroeiro. Surgiu, assim, a atual capela que foi inaugurada a 13 de outubro de 1935. E o pequeno espaço envolvente, ora chamada Largo 11 de outubro, deu lugar a um pequeno adro, rodeado por murete, a pequenos canteiros ajardinados, a um lago e ao monumento escultural aos Mortos da Grande Guerra, de autoria de Henrique Moreira, ali implantado em 11-11-1937.
[FERNANDES, Maurício Antonino, S. João da Madeira: Cidade do trabalho (S. João da Madeira: Edição Câmara Municipal de S. João da Madeira 1996), 95-97.]
(Fotos atuais Capela de Santo António ext. e int.)
Em (………) , a Capela viu o seu presbitério remodelado de forma a harmonizar o espaço litúrgico com as necessidades do culto, tendo o novo altar sido dedicado a (…….) por D. Vitorino Soares, bispo auxiliar do Porto. Tradicionalmente celebra-se a sua festa no 13 de junho, dia de Santo António, onde habitualmente se benze e distribui o pão de Santo António pelos muitos devotos.

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